quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Quanto Vale ou é Por Quilo? - Nova roupagem de uma velha questão


A obra, Quanto Vale ou é Por Quilo?, do cineasta Sérgio Bianchi aborda de maneira consciente e com certa ironia, as questões sociais no Brasil.
Ao traçar um paralelo, comparando a escravidão do período colonial com as práticas, ditas como assistencialistas, das organizações não governamentais, as ONGs, percebe-se como o sistema escravista ganhou uma nova roupagem, em pleno século 21.
O filme inicia-se mostrando a situação de Joana, uma escrava liberta, que tem um de seus escravos seqüestrado, a mando de um senhor branco. Mesmo tendo os documentos que provam que o escravo é sua propriedade, ela termina presa, acusada de ter invadido uma propriedade privada. Por essa cena, notamos a fragilidade da lei em nosso país, que desde séculos passados, são aplicadas de acordo com a conveniência dos poderosos; poderosos esses, que em outros tempos, eram os senhores de engenhos e hoje, chama-se Estado e empresas privadas, que escraviza a população por meio da mídia.
No mundo moderno, o meio de comunicação (mídia) é o principal mecanismo de adestrar as pessoas, pois ele impõe e incita nas pessoas comportamentos e tendências que não lhes são naturais, como por exemplo, o consumismo. Essa nova mentalidade da sociedade vai gerar uma exclusão de parte da população que não terá condições de se manter consumindo mercadorias, se concentrando assim nas áreas periféricas, nas ruas (como pessoas abandonadas) ou então, entrarão no crime.
Dessa prática moderna, o capitalismo, notamos como a escravidão vai se configurando sob uma nova roupagem, em uma sociedade que cria elementos que originam seus próprios escravos, e estes geram violência, como forma de resistir a essa desigualdade.
A idéia de escravo moderno surgiu do oportunismo da mídia, que se aproveita da população excluída e as tornam mercadorias, explorando seu sofrimento para conseguir lucros cada vez mais altos.
O retorno que a mídia consegue através da exploração do drama social é reflexo da falência dos valores morais associados com as intenções obscuras de ONGs, organizações não governamentais, que se originam para cobrir a deficiência do Estado, em lidar com a população excluída, mas terminam agindo em favor de próprio interesse, lavando dinheiro, desviando verba pública, etc. (situações mostradas no filme)


Nenhum comentário:

Postar um comentário