1. IDENTIFICAÇÃO
a) Órgão
Colaborador: Colégio
Polivalente do Cabula
b) Órgão
Executor: Uneb –
alunos do curso de Pedagogia: Agnaldo Fonseca, Andreia Queiroz, Danilo Silva,
Jéssica Queli e Vanderson Silva
c) Título/Tema
do Projeto: Cidadania-
Resgatando Valores Humanos: Por Uma Relação Sustentável na Escola
d) Período
de Execução: A
definir
2. INTRODUÇÃO
As observações de campo
têm sido um importante meio para se identificar situações-problemas e traçar
metas para o âmbito escolar. Foi partindo dessas observações que identificamos
a falta de motivação e de interesse dos alunos do Colégio Polivalente do Cabula
pelas aulas.
O motivo principal para a
escolha desse tema é o fato de que temos percebido como a concepção da
sociedade moderna caracterizada pela competição e pelo individualismo, tem
interferido no comportamento dos jovens na instituição escolar.
As novas relações sociais
que têm surgido, em busca de bens materiais e o isolasionismo que as pessoas têm
se submetido, graças a nova tendência da sociedade moderna, foram estudadas
pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman. E esses estudos foram utilizados como
sustentação teórica para desenvolver esse projeto.
As
conseqüências trazidas por esse novo conceito transformam a relação da escola
com a comunidade ao qual ela está inserida, trazendo dificuldades para manter
os jovens nas salas de aula.
Por
apresentar uma afinidade com o trabalho do educador Anísio Teixeira, os
projetos aos quais ele desenvolveu, para incentivar a interação entre as
escolas e as instituições culturais serviram como base para relacionar o tema
com o sub-tema propostos e elaborar alternativas para minimizar a problemática
relação entre os valores educacionais, como a responsabilidade e a
objetividade, e os valores sociais, como a ética e a moral.
3. RESUMO
Atualmente, nas escolas, a
desmotivação dos alunos é um dos fatores mais significativos que impedem e
dificulta a aprendizagem. Essa desmotivação é resultado de uma série de fatores
que vai desde aos meios tradicionais que a escola se utiliza até as concepções
da própria sociedade que o aluno está inserido. Sendo assim, visando uma
reflexão acerca das relações existentes dentro do ambiente escolar; o lúdico se
torna um fator essencial para se recuperar o interesse dos estudantes pela
escola.
4. JUSTIFICATIVA
Hoje, as instituições
escolares públicas se encontram em diversos dilemas da contemporaneidade: a
necessidade de atrelar o currículo oficial ao contexto escolar e a comunidade;
a falta de uma estrutura física e administrativa adequada para atender aos
alunos; a desvalorização do professor que se vê encurralado entre a violência e
o desrespeito à profissão; a condição social dos alunos. Mas dentre esses
graves problemas perceptível na conjuntura educacional em nossa sociedade, o
que mais nos desafia diz respeito ao que foi possível perceber claramente
durante o estágio de observação no Colégio Polivalente do Cabula pelo grupo: o desinteresse dos alunos pela aula.
Entendamos que
historicamente as diretrizes educacionais brasileira sempre estiveram atreladas
a atender aos interesses políticos e econômicos, voltada para uma conduta
tradicionalista, conteudista. No século XX, principalmente, o currículo fora
construído para atender a necessidade do desenvolvimento do país, com um aporte
em quase todo o século numa pedagogia tecnicista. Desprezando a emancipação do
indivíduo, considerando-o como mero objeto, uma peça da engrenagem de uma
máquina, sem necessidade de refletir e intervir na sociedade.
Com a quebra de paradigmas
modernos, mediante as novas necessidades da contemporaneidade, constata-se como
herança um processo educativo desmotivado, desvinculado da pessoa do aluno, resultando
nas últimas décadas, no desafio de superar o fracasso escolar. Instaurando-se
então, a complexa relação de ensino-aprendizagem da pós-modernidade. Que passa
a considerar o indivíduo como sujeito de seu processo, contribuindo não só para
a transmissão do conhecimento, mas, sobretudo, a desconstrução e reconstrução
do conhecimento, em que, as relações inter e intrapessoais passam a ser
considerados. Além do mais, o direcionamento para o processo de
ensino-aprendizagem atual sinaliza a se tornar significativa quando a
experiência vivenciada na escola se relaciona com a vida fora dela,
possibilitando a construção de sentidos e significados pessoais e coletivos.
Desenvolver um Projeto de
Intervenção que favoreça para o resgate do interesse dos alunos pelas aulas
requer construir uma estratégia metodológica e didática que proporcione o aluno
despertar para o seu papel como pessoa em formação e como indivíduo dentro de
uma sociedade democrática, com direitos e deveres a cumprir. Partindo de uma
epistemologia construtivista, centrada na pessoa do aluno, onde a sua
participação ativa potencialize a retomada de valores que signifique seu
processo de aprendizagem e formação humana.
Por isso, a relevância
desse projeto na tentativa de buscar alternativa que favoreçam a comunidade
escolar alunos, professore e também os pais essa retomada de valores, que vem
se perdendo na contemporaneidade.
Um dos autores
contemporâneo que mais têm produzido obras que discute a instabilidade e a
provisoriedade da vida humana e conseqüentemente essa perda de valores é Zygmunt Bauman. Em seu livro modernidade líquida, define
como um momento em que a sociabilidade humana experimenta uma transformação que
pode ser sintetizada nos seguintes processos: a metamorfose do cidadão, sujeito
de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço social; a passagem de
estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição; o
enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida,
gerando um permanente ambiente de incerteza; a colocação da responsabilidade
por eventuais fracassos no plano individual; o fim da perspectiva do
planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente apartação total entre
poder e política. Bauman comenta que assim muitos jogos acontecem ao mesmo
tempo e as regras mudam em seu andamento. Por isso, diz Bauman, que não se
sustenta mais a Pedagogia edificada sobre a ordem imutável do mundo (que
justificou a necessidade e as vantagens da transmissão de conhecimentos). Para
Bauman é preciso, então, começar a lidar com um tipo de conhecimento pronto
para ser usado imediatamente, em curto prazo, e descartado assim que não
corresponder mais a uma urgência.
Portanto,
consideramos importante a realização desse projeto por conhecermos as
problemáticas da sociedade e da comunidade escolar, visando regatar os valores
de respeito, cooperação, cidadania e tanto outros perdidos no meio social, na
contemporaneidade. Tratando-se de uma noção de cidadania ativa, que tem como
ponto de a compreensão do cidadão como portador de direitos e deveres.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
O cotidiano escolar deve
ser organizado em função da aprendizagem e do sucesso do aluno que se
concretiza com base em diferentes práticas educativas decorrentes da proposta
curricular da escola; por isso é importante que se tenha o pensamento de uma
visão de uma matriz curricular condizente com o pensamento atual, para uma
tentativa não só de questionar, mas elucidar determinados equívocos de nosso
processo educacional institucionalizado, as quais perpassam pelas diretrizes
curriculares. Entretanto, ao nos inserirmos no cotidiano escolar, surgem vários
questionamentos e dentre eles o mais instigante é o de como promover as
mudanças na educação, direcionada para as concepções atuais de educação: autônoma,
contextualizada, interdisciplinar e que busque considerar as relações afetivas
e as singularidades dos sujeitos envolvidos.
Chegamos às
portas do século XXI com a certeza de que, na escola, não basta transmitir
informações, é preciso educar. Embora o ensino seja parte integrante do
processo educativo, o desafio que hoje se coloca ultrapassa a esfera da simples
aquisição de conhecimento para dar sentido e aplicabilidade ao que é aprendido.
É assim que crianças, por natureza ativas e curiosas, podem tornar-se cidadãos
conscientes, críticos e responsáveis.
Telma Weisz (2009), na sua
obra – O diálogo entre o ensino e a aprendizagem – diz entre outros temas que o
professor precisa considerar e compreender o saber do aluno e seu ensino
dialogar com o que o aluno sabe. Desenvolvendo uma sensibilidade e uma espécie
de escuta para perceber que atrás daquilo que os alunos abordam, de certa
forma, pra ele deve ter algum sentido, permitindo a problematização e reflexão,
e assim, construir uma verdadeira situação de aprendizagem significativa.
Sintetizando ainda a autora que, colocar o fazer educativo a partir de uma nova
perspectiva de atuação requer acreditar que os alunos pensam e são capazes de
progredirem, levando-nos a respeitá-los e apoiá-los.
A intervenção educativa
deve, contudo, incorporar princípios flexíveis capazes de contemplar as
particularidades pessoais e culturais, escolares e sociais, tendo como alvo os
processos de desenvolvimento, personalização, socialização, humanização e
libertação. Trata-se, portanto de uma prática essencialmente pedagógica que
ganha sentido pela sua conotação política.
Tendo em vista
o inegável impacto exercido pela escola sobre o aluno, o rumo dessa intervenção
ao longo da vida escolar segue um movimento dialético que procura inserir o
homem na escola, favorecer a sua integração e aproveitamento para, finalmente,
devolvê-lo à sociedade. Na medida em que esses momentos de rumos contrários se
sobrepõem no processo educacional, preparar o cidadão é, em certa medida,
investir na formação do estudante e, mais do que nunca, valorizar o processo de
escolaridade.
A passagem para a 5a série aos 11 anos de idade
é marcada por interferências que acabam por redimensionar a vida estudantil e
as perspectivas pessoais. No plano escolar, a nova conformação do funcionamento
institucional exige do sujeito a consolidação da autonomia estudantil já
anunciada em anos anteriores. Contudo, a despeito das crescentes exigências
escolares, o aluno projeta-se progressivamente para fora das “instâncias estritamente
pedagógicas” tal é a força dos focos de desenvolvimento, o impacto da recentes
descobertas e o conflito de sentimentos aí envolvidos.
Os processos de luto gerados pelas sucessivas perdas (o “status”
de criança, os brinquedos e fantasias), o crescente interesse por temas não
considerados pela escola, a busca de identidade, o desejo de responder a
perguntas como “quem sou” e “o que quero” são, segundo Oliveira e Chakur (In
Leite Salles e Oliveira, 2000), elementos desestruturantes da pessoa que se
configuram simultaneamente como elementos constituintes do amadurecimento e
inserção na vida adulta.
O dia a dia escolar é, assim conturbado pelos fortes apelos de
ordem sexual, afetivo, econômico, ideológico e social. Assim, ainda que o aluno
reconheça a importância do ensino, ele o faz em nome de metas futuras,
certamente externas ao perímetro escolar ou aos objetivos estritamente
escolares. Em síntese, a escola deixa de ser o eixo central da vida do aluno.
Os conflitos entre a escola e os apelos da vida social, tão frequentes nos
alunos do Ensino Médio (15 a
17 anos), já aparecem muitas vezes entre os pré adolescentes da 5a série.
Em face da realidade juvenil, os rumos da intervenção educativa
sofrem considerável modificação. Se, inicialmente, ela priorizava a integração
do aluno na escola (seja pela familiaridade com o meio institucional, seja pela
ênfase na formação do estudante), agora ela volta-se para a inserção do sujeito
no mundo. Depois de tantos anos na escola, o adolescente se defronta com os apelos
da sociedade e clama por uma escola cúmplice do seu momento de vida. Assim, sem
desconsiderar o apoio ao processo de ensino-aprendizagem inerente à vida escolar,
a interferência educativa reforça os aspectos cognitivos e os afetivo-relacionais na construção
da aprendizagem no âmbito escolar, visando seu compromisso social, tendo
em vista a preparação de jovens para o exercício da cidadania, para a autonomia
e responsabilidade de atitudes.
6. OBJETIVOS
- Desenvolver
atividades que visem a relação harmoniosa entre as pessoas da escola.
·
Promover
a integração dos alunos;
·
Melhorar
a relação professor-aluno;
·
Desenvolver
a autonomia dos alunos;
·
Promover
uma mediação lúdica e artística;
·
Aproximar
a família da escola.
7. METODOLOGIA
A intervenção terá uma
base epistemológica construtivista, na busca de uma atuação ativa por parte dos
alunos, direcionada para uma mediação que possibilite manifestações por parte
dos sujeitos envolvidos de forma oral, escrita e lúdica. Partindo das
concepções que já possuem sobre os assuntos dados, explanação do professor e a
contextualização com a realidade. Buscando um processo de ensino e aprendizagem
contínuo e significativo tanto para os alunos quanto para o professor.
Promovendo um processo – Reflexão-Ação – sobre o conteúdo legal a ser abordado
com uma postura de atitude comprometida do professor, não só com a sua
competência, mas com a responsabilidade social coletiva.
Para tanto, traçamos uma
sequência didática que se fará, da seguinte maneira:
- 2ª feira: das 8 h às 11h30min
Tema: Oficina Descobrindo
o outro
Ação: Palestra sobre o que
é ser cidadão – Intervalo – Dinâmica em grupo (Arremesso de Bastões) – Roda de
avaliação.
Recursos: Sala de aula,
microfone, computador, data show, bastões.
- 3ª feira: das 8 h às 11h30min
Tema: Oficina Direitos e
Deveres
Ação: Dramatização –
Leitura Dirigida – Intervalo – Roda de Avaliação.
Recursos: Sala de aula,
quadra, texto, 2 folhas de papel metro.
- 4ª feira: das 8 h às 11h30min
Tema: Oficina A
Importância da Escola na Formação do Individuo
Ação: Leitura Fílmica -
Intervalo – Reflexão – Roda de avaliação.
Recursos: Televisão,
aparelho de DVD, DVD.
- 5ª feira: das 8 h às 11h30min
Tema: Oficina Construindo
a Cidadania
Ação: Construção do painel
integrado – Intervalo – Roda de avaliação.
Recursos: Papel metro,
revistas, jornais, cola, tesoura, tinta guache, pincel.
- 6ª feira: das 8 h às 11h30min
Tema: Oficina Por uma
Relação Sustentável
Ação: Apresentação do
Painel – Reflexão da Família - Roda de avaliação.
Recursos: Auditório,
microfone, computador, data show.
8. AVALIAÇÃO
O projeto de intervenção
vai ser executado visando a continuidade do processo. Por essa razão a
avaliação será realizada juntamente com os envolvidos nesse trabalho, ou seja,
- os aplicadores da intervenção, os alunos, os docentes que queiram participar
e as famílias -, farão a avaliação do trabalho por meio de rodas de dialogo,
fichas diagnosticas e outros instrumentos que os aplicadores julguem
necessários ao longo da intervenção.
9. REFERÊNCIAS
BAUMAN,
Zygmunt. Amor Líquido: Sobre a
Fragilidade dos Laços Humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004
BAUMAN,
Zygmunt. Modernidade e Ambivalência.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004
DOLL
Jr, William E. Currículo: uma perspectiva pós-moderna.
Trad. Maria Adriana Veríssimo – Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem – 2a São
Paulo: Ática, 2009.
SOLÉ, Isabel. Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da aprendizagem in O
construtivismo na sala de aula – Ed. 6, São Paulo: Ática, 2009.
Produzido por: Agnaldo Fonseca, Andréia Queiroz,
Danilo Silva, Jéssica Queli e Vanderson Silva
Muito dez! Adorei! Poderia, por gentileza, enviar no meu email: lucianamancino@gmail.com um detalhamento maior da sequência didática apresentada para ser executada de segunda a sexta. Por exemplo, na Oficina de Direitos e deveres fala de um texto, qual? tem um específico? Agradeço se puder me ajudar.
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